Respigadora

respigar by you.

É o que eu sou – uma respigadora inveterada. Comecei adolescente. Ora bem, digamos assim: nessa altura a minha faceta de respigadora esteve quase, quase a raiar a delinquência. Sinais de trânsito, campaínhas vintage, até um banco de jardim foram levados para o meu quarto, verdadeiro laboratório de experimentação espacial. Ao mesmo tempo que quase enlouquecia a minha mãe (lembro-me de algumas conversas interessantes sobre a ética do espaço público) dei início ao treino do radar que existe no meu cérebro que já me fez encontrar as maiores preciosidades pelas ruas de Lisboa. E não só. No Verão de 2001 eu e o P. trouxemos de Paris uma cadeira estofada dos anos 60, com um pé giratório, linda. E pesadíssima. Encontrámo-la no primeiro dia junto à casa de Paris em que ficámos alojados. Enfiámo-la no carro e viajámos com ela durante os vinte dias que durou a nossa viagem pela Bretanha. Temos uma bela colecção de polaroids com a cadeira vermelha nos sítios mais improváveis – numa marina, numa praia, num elevador. 

Este cadeirão estava na rua ao lado da minha. Penso que será dos anos 50 e está em óptimo estado. Limitei-me a fazer-lhe as almofadas. Não é a cadeira mais confortável do mundo porque, para mim, tem o encosto demasiado inclinado mas acho-a tão bonita que tanto me faz.

12 thoughts on “Respigadora

  1. a cadeira vermelha….paris…praga…..q bom q foi.
    a cadeira da nossa rua foi transportada comigo a resmungar q já tinhamos demasiadas coisas p a casa nova …eu …tu…a sra.minha adorada e querida hpc..toi…e a L. q estava a começar a andar,como a nossa R. agora…beijos!
    a cadeira tem q ter a almofada de costas mais cheia…é apenas isso…eu acho-a muito confortável,as almofadas são lindas…e tudo.
    bj.grande de vida!

  2. Como te compreendo… também sou respigadora, e não só de móveis :)
    Os meus maiores tesouros já foram o lixo dos outros, como se vê por exemplo pela minha colecção de fotos encontradas.
    adorei a história da cadeira vermelha ;)

  3. Eu ajudei a carregá-la! Acho que essa característica está no teu ADN. Acho, não, tenho a certeza, por via do meu.

    Adoro a cadeira por ter participado na sua recolha, à noite, quando regressava a casa. Só lamento que ela seja tão pouco confortável. Mas faz parte as gerações mais velhas refilarem contra as cadeiras dos mais novos. No meu caso, não esqueço os comentários de crítica e troça feitos pelos meus pais quando, nos anos 70, comprámos os sacos cheios de esferovite às bolinhas. Achávamos aquilo super confortável e os meus pais recusaram-se a usá-los. Como os compreendo, hoje!

  4. Nós tb tivemos a nossa fase respigadora. E adoravamos transformar aquilo que traziamos. Agora não temos espaço e temos mto menos paciência… Ficou linda a cadeira com as almofadas!

  5. adoro esse design dos anos 50 em que parece que tudo levanta voo !
    e não há dúvida que dar uma nova vida aos objectos, readapta-los, tem uma magia especial que nenhuma loja pode dar . eu adoro pescar coisas esquecidas em casa da minha avó !

  6. sim essa cadeira é linda e ficou um charme com essas almofadas !
    ( cá em casa uma maior parte do nosso mobiliário também foi recuperado na rua, e adoramos isso porque os móveis trazem já com eles uma história secreta e que qd lhes olhamos sempre ficamos a imaginar 1001 histórias sobre eles e ao mesmo tempo ficamos tristes porque foram abandonados… & lembro-me de ás 6as á noite – em carros com amigos fazeremos um passeio nos bairros chiques de paris onde se encontrava coisas lindas ! )

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